Pagamento da utilização PCR da rede pública MOBI.E

Informações e exemplos de faturas

A Mobilidade Elétrica em Portugal vai entrar numa nova fase, iniciando o fecho do Projeto Piloto, que perdurava desde 2010, começando os pagamentos dos carregamentos rápidos na Rede Pública de Carregamento para Veículos Elétricos, gerida pela Mobi.E.

O modelo escolhido foi o de uma Rede interoperável, muito à semelhança da rede Multibanco, que todos nós bem conhecemos. Uma única entidade gestora na rede Multibanco, a SIBS, permite que com um único cartão, seja qual for o seu banco, aceder e efetuar todas as operações em todas as máquinas ATM da rede Multibanco.

Para a Mobilidade Elétrica o procedimento é o mesmo. Uma única entidade gestora, em toda a Rede Pública de Carregamento para VE, a Mobi.E, permite que com um único cartão, seja qual for o CEME (Comercializador de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica), poder aceder e carregar o seu VE, seja carro ou moto, em todos os Postos de Carregamento Rápido (PCR) da Rede Pública de Carregamento.

Esta é uma novidade face ao procedimento anterior para abastecer um veículo com motor de combustão interna, fruto da obrigatoriedade legal da realização do contrato com o fornecedor de eletricidade, o CEME.

I – Quanto nos vai custar carregar o veículo elétrico?

Será sempre mais barato que abastecer um carro com motor de combustão interna, seja ele a gasolina ou a gasóleo.

Num comparativo entre um carro com motor a gasolina, outro com motor a gasóleo e um carro elétrico, com 3 possibilidades diferentes de carregamento (Carregamento Rápido na Rede Pública em PCR, carregamento em casa, em tarifa simples ou em tarifa bi-horária), utilizando preços médios para a gasolina, o gasóleo e o kWh, e, os consumos médios de um carro com motor gasolina, a gasóleo ou com motor elétrico. Sabemos que sempre existirão exemplos de consumos menores, mas também maiores, ou preços dos combustíveis ou da eletricidade mais baratos ou mais caros, fruto quer da marca ou da empresa, ou ainda de campanhas promocionais ou descontos de cartão ou de frota. Utilizámos um critério de preços médios e consumos médios, o único válido para este tipo de comparativo.

Comparativo “Quanto custa carregar o Veículo Elétrico?

II – Escolha do Comercializador de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica (CEME)

A assinatura de um contrato com o CEME escolhido não obriga ao pagamento de nenhum custo fixo mensal se não existir qualquer carregamento rápido efetuado. Não existem taxas fixas, como por exemplo o aluguer do contador, que temos no nosso contrato de eletricidade doméstico. No final do mês só se pagam os carregamentos rápidos efetuados.

Esta é a escolha que cada um de nós terá que fazer, pois é ela que vai decidir o melhor tarifário que se adapta ao perfil de utilização particular de cada Utilizador de VE.

Com o início do pagamento nos Postos de Carregamento Rápido (PCR), em novembro de 2018, pertencentes à rede pública Mobi.E, torna-se necessário:

  • Assinar um contrato com um Comercializador de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica (CEME)
  • Obter o respetivo cartão do CEME

Até agora divulgaram os seus tarifários quatro CEME:

  1. EDP Comercial
  2. GALP Power
  3. PRIO.E
  4. GRCAPP (eVAZ)

Posteriormente, espera-se que apareçam outros CEME a disponibilizar contratos.

III – A fatura do carregamento. O que cada Utilizador terá que pagar?

Quanto ao OPC não existe qualquer escolha, estes custos cobrem as despesas de utilização durante um determinado período de tempo de um determinado equipamento, o PCR.

Como exemplo, se quisermos fazer uma viagem de Lisboa ao Porto, não nos interessa o custo de utilização do PCR de Loulé ou de Valença, ou numa viagem de Lisboa ao Algarve é irrelevante o custo do PCR da Figueira da Foz ou de Vila Real. Com o tempo e a nossa experiência particular, que terá que ter em conta o nosso VE, a capacidade da sua bateria, a velocidade de carregamento, a temperatura ambiente, etc, e também com o nosso gosto pessoal por esta ou aquela Área de Serviço, escolheremos os PCR onde é necessário carregar para realizarmos a nossa viagem o mais comodamente possível.

Da fatura mensal que será enviada para os Utilizadores de VE constam 3 parcelas:

  1. Custo do Operador do Posto de Carregamento (OPC)
  2. Custo do Comercializador de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica (CEME)
  3. Taxas e impostos

Imagem exemplificativa acerca das várias parcelas de uma fatura:

Vídeo explicativo acerca das várias parcelas de uma fatura:

IV – Exemplos de faturas

Com base nas informações disponibilizadas pelos tarifários dos Comercializadores de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica (CEME) e pelos tarifários dos Operadores dos Postos de Carregamento (OPC) é possível apresentar alguns exemplos da utilização dos Postos de Carregamento Rápido (PCR) já instalados e em funcionamento.

Para tal, levou-se em conta o exemplo seguinte:

  • Carregamento rápido de 30 minutos
  • Veículo Elétrico com um consumo médio de 15 kWh/100 km
  • Utilizou-se uma tarifa bi-horária (fora de vazio)

Com base nestes pressupostos, apresentam-se quatro exemplos do que poderá ser apresentado numa fatura, em função do PCR escolhido, do CEME contratado e das taxas e impostos a cobrar:

Os carregamentos dos Veículos Elétricos poderão variar consoante alguns fatores. A saber:

  • Modelo do VE (ano de fabrico e capacidade da bateria, medida em kWh)
  • Temperatura (ambiente e da bateria)
  • Estado de carga do VE

Seguidamente, apresenta-se um quadro resumo, em função do CEME contratado e do OPC utilizado. Destaca-se um aspeto importante no momento da escolha do PCR: com o mesmo cartão é possível que para um carregamento realizado nas mesmas condições de tempo e energia sejam cobrados valores diferentes.

Isso acontecerá em virtude das condições de utilização dos vários PCR (afixadas em cada posto). Deste modo:

Estudo comparativo dos tarifários dos quatro Comercializadores de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica (CEME). Este comparativo refere-se a um carregamento rápido de 30 minutos, efetuado num PCR, para um consumo médio de 15 kWh/100 km de VE, utilizando uma tarifa bi-horária (fora de vazio), salvo a EDP que não disponibilizou essa informação.

V – Conclusões

Vivemos tempos de grandes mudanças na mobilidade dos humanos, fruto dos avanços tecnológicos, das alterações climáticas e da concentração das populações em grandes áreas metropolitanas, com o enorme aumento da poluição atmosférica e da poluição sonora, ambos com graves consequências na saúde das populações, nomeadamente nos mais jovens e nos menos jovens.

Pela primeira vez podemos “abastecer “, no caso de um VE, carregar, o nosso carro de combustível, neste caso da energia, necessária dentro do próprio carro, ao produzir eletricidade através do sistema regenerativo de travagem, algo impossível num carro com motor de combustão interna. A travagem regenerativa permite suprir as necessidades de energia da nossa viatura elétrica entre 15% e 20%, dependendo da condução e do perfil do trajeto, existindo casos onde poderá chegar aos 25%, o que reduzirá ainda mais os custos de utilização de um VE.

Pela primeira vez, desde os tempos em que tínhamos a palha para os burros e cavalos, podemos “abastecer” o nosso veículo nas nossas casas, agora um veículo elétrico através da eletricidade que já abastece toda a casa, que como vimos, utilizando uma tarifa bi-horária reduz ainda mais esse custo.

Ainda podemos reduzir mais o custo de utilização de um VE e a nossa pegada ecológica, o que o ambiente e os nossos filhos agradecem, utilizando sistemas de produção de eletricidade através de painéis fotovoltaicos.

Não existe Planeta B, a Terra é a nossa casa Mãe, saibamos preservá-la e defendê-la, pois é hoje a única casa que a espécie humana conhece para viver.

Saudações Elétricas, de preferência renovável.