e-Viagem: Descubra a grande viagem elétrica Lisboa-Marraquexe

Viagem de 7 dias em Veículo Elétrico, Lisboa – Marraquexe – Lisboa, num percurso de 2.721 km em modo exclusivamente elétrico.


Henrique Sánchez

Henrique Sánchez é um dos Associados Fundadores e um dos dirigentes da UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos.


Pedro Faria

Pedro Faria é um dos Associados Fundadores e um dos dirigentes da UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos.


A UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos, utilizando um Tesla Model S P90D e um Nissan Leaf 30 kWh, gentilmente cedido pela Nissan Ibéria – Sucursal em Portugal, participou no Encontro Internacional de Veículos Elétricos que se realizou em Marraquexe no dia 11 de novembro, evento associado à realização da COP22. De Lisboa saíram os dois carros com quatro associados da UVE, tendo ao volante dois fundadores da UVE.

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Objetivo ligar Lisboa e o WEB Summit a Marraquexe e à COP22.

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O Nissan Leaf saiu no dia 8 de novembro, pelas 11h. da Torre Vasco da Gama no Parque das Nações, com carga a 100%, o Tesla Model S saiu no dia seguinte. O Nissan Leaf carregou em Aljustrel na Área de serviço da Galp no Posto de Carga Rápida (PCR). A seguinte paragem foi em Loulé, também na Área de serviço da Galp, na A22, num PCR.

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Entrada em Espanha em direcção a Huelva onde o Nissan Leaf carregou no concessionário Andalsyr da Nissan, num carregador semi-rápido, muito bem recebidos até com algum espanto dada a novidade da aventura. O nosso agradecimento à Nissan Iberia e aos concessionários Nissan em Espanha pelo apoio prestado não só ao Leaf mas também ao Tesla que incorporava a delegação da UVE nesta aventura elétrica.

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O Nissan Leaf, e os seus ocupantes dormem em Sevilha, enquanto o carro carrega numa vulgar tomada doméstica (shucko), no jardim de uma vivenda, acesso cedido pela responsável do Hotel, estacionado em plena rua. De manhã carregado a 100%, o Leaf sai em direcção a Jerez de la Frontera, Área de serviço Alegria, e que grande alegria ver dois postos de 22 kW Mennekes, muito bem localizados e sinalizados.

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Enquanto o Leaf carrega chega o Tesla, que tendo saído de Lisboa neste mesmo dia só tinha carregado em Loulé e em Huelva. Deu-se o reencontro dos dois carros, os dois carregaram simultaneamente até o Leaf, já carregado, arrancar em direcção a Algeciras ao concessionário Concesol da Nissan, onde o Tesla também carregaria.

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A partir daí viajaram sempre juntos, primeiro até ao ferry-boat que os havia de transportar para o continente africano e mais tarde pelas estradas marroquinas até Marraquexe.

Travessia em ferry-boat, Algeciras – Tânger Med e a partir daí em direcção a Assilah, pequena povoação pesqueira onde carregaram. Após várias peripécias (cada um dos carros e respectiva equipa fará um Diário de Bordo, da perspectiva desse carro e contando as mais variadas situações e alguns sustos, que também aconteceram).

A carregar em Assilah no exterior de um pequeno Hotel, em duas tomadas domésticas, para iniciarem o que seria a etapa mais complicada: 230 km que afinal eram 245 km até à empresa de construção Jet Contructors (um dos parceiros da Organização que garantia a infra-estrutura de carga em Marrocos) a seguir a Rabat. Viagem feita sobre chuva constante grande parte do tempo a velocidades mais reduzidas e onde fomos ultrapassados pelos Tesla que vinham da Europa central e que fizeram a travessia de ferry-boat Tarifa – Tânger Ville tendo ficado a carregar no hotel em Tânger.

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O momento em que os Tesla (com a equipa de filmagem da Organização) ultrapassaram os dois carros da UVE, a caminho de Rabat.

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O Nissan Leaf percorreu cerca de 20 km após o segundo aviso de bateria fraca, tendo tido necessidade de improvisar e carregar numa Estação de serviço fora da auto-estrada para poder juntar-se ao Tesla português na Jet Contructors onde carregaram os dois cerca de 4 horas. A UVE foi muito bem recebida pelos responsáveis da fábrica, que foi visitada enquanto os carros carregavam.

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Na Jet Contructors:

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Saída para Casablanca onde a Organização pediu para carregar noutro parceiro: a Estação de serviço da Shell onde tinham sido instalados dois carregadores de 22 kW Mennekes, bem identificados e onde se juntaram todos pela 1ª vez, os dois carros da UVE e os Tesla que vinham da Europa central.

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Após os carros carregarem e uma ligeira refeição saída em direcção a Settat, mais precisamente a Universidade de Settat, outro parceiro do evento, os carros carregaram em tomadas trifásicas instaladas pelos investigadores que os esperavam, os outros Tesla já tinham partido em direcção a Marraquexe. Durante o período de espera foram conhecer o carro solar com que a Universidade tem concorrido em várias provas e trocaram várias experiências na área da mobilidade elétrica e sobre a problemática das alterações climáticas.

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Quando já estavam de partida, os dois carros da UVE, agitação na entrada da Faculdade: estava a chegar o Twike, pequeno carro de três rodas conduzido por um suíço, que tinha feito por estrada desde a Suiça até ao porto de Génova, apanhado o ferry-boat para Tânger e de novo por estrada a ligação até Settat. Este pequeno veículo tem uma autonomia de 160 km o que exige um esforço enorme e requer o uso de um sistema acessório de pedais que permite aumentar a velocidade máxima para os 85 km/h.

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Após abraços e felicitações os dois carros da UVE saíram em direcção a Marraquexe, Thomas e o seu Twike suíço ficaram a dormir em Settat.

Chegada a Marraquexe às 5h 30m, ao Hotel MovenPick (outro parceiro da organização) que estava previamente reservado, tempo para ir descansar sem pôr os carros a carregar pois ainda não estava instalada a tomada trifásica que era suposto estar. De manhã depois do pequeno-almoço tratar-se-ia com o gerente do hotel e um electricista de como começar de imediato a carregar os carros, principalmente o Leaf.

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Saída para a e-Village da FIA Formula E onde iria decorrer no dia seguinte o Marrakech e-Prix com a participação do piloto português António Félix da Costa. Era necessário levantar as acreditações junto da organização. O Nissan Leaf tinha que dar entrada no recinto de véspera e ficar todo o dia seguinte dentro do recinto para poder participar na volta de apresentação dos carros elétricos que estavam a participar no Encontro Internacional de Veículos Elétricos, um de cada marca.

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Regresso ao Hotel MovenPick, onde já estava instalada a tomada prometida, para uma receção da organização, com a presença de um Formula E na entrada do Hotel. Este foi o momento mais formal de toda a viagem.

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Montagem do mosaico gigante (recorde do Guiness, oficialmente homologado), com mais de 52.000 desenhos de crianças de escolas e colégios de todo o Mundo. Esta acção pertencia ao Projecto WAVE, com o qual a UVE já tinha colaborado quando recolheu no colégio St. Dominic’s em São Domingos de Rana e no colégio St. Julian’s em Carcavelos, os desenhos com os quais Portugal estava representado.

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Chegada dos quatro associados da UVE a bordo do Tesla, visita à e-Village, a vários stands, com simuladores de condução, pequenos veículos elétricos para crianças, carros elétricos telecomandados, teste drive de vários quadriciclos elétricos, exposição de uma frota de Renault Zoe, carregadores Mennekes da empresa ENEL abastecidos por painéis solares e carros robots que no dia seguinte dariam duas voltas à pista do circuito.

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Dia 12 de novembro, dia da homologação do recorde do mosaico Wave Project ( # 1.5º C Stop Global Warming), sorteios para os treinos de qualificação do e-Prix, provas de qualificação, primeiro contacto com o piloto português António Félix da Costa com oferta da t-shirt da UVE e foto com o Nissan Leaf e os quatro associados da UVE.

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A FIA Formula E, convidou um carro de cada marca para fazer duas voltas ao circuito, antes da corrida. Foi escolhido um dos Tesla da organização, um Twike também da organização, o Nissan Leaf português da UVE, um Mini Moke marroquino transformado em elétrico, um triciclo elétrico marroquino e um dos Tesla que veio da Europa para o Encontro Internacional de VE, no total 6 VE no circuito de Marraquexe.

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Na grelha de partida a UVE também esteve presente no apoio a Félix da Costa, numa prova que não lhe correu bem por causa de uma avaria no primeiro carro. Como um português nunca desiste, quando arranca com o segundo carro, antes do tempo previsto, sabendo que não poderia acabar a corrida, puxa pelo carro e realiza a volta mais rápida, o que lhe valeu 1 ponto, não tendo terminado a prova.

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Regresso ao hotel para descanso, no dia seguinte, domingo e início do regresso a Lisboa, únicos momentos de lazer, na parte da manhã.

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Um dos carros da Organização da COP22:

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Os carros da UVE, a pedido da organização, ainda foram testar uma tomada que tinha sido instalada noutro hotel, assim como foram recolher um bloguer e jornalista marroquino, na Estação Central de comboios, que viajou a bordo do Leaf, donde foi publicando em páginas do facebook a viagem entre Marraquexe e Ben Guerir e recebendo perguntas sobre o carro e sobre a viajem desde Lisboa, que o Presidente da UVE ia respondendo em direto.

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Chegada a Ben Guerir, onde decorria um Festival Solar no final de uma corrida internacional de carros solares, com equipas de várias Universidades Europeias no trajeto Ben Guerir – Marrakech – Ben Guerir, prova ganha pela equipa italiana.

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O Leaf carrega entretanto e o Tesla é uma das vedetas na visita que o Governador Civil da região e o Presidente da Câmara realizaram ao local. O fundador da UVE Pedro Faria, explica às autoridades locais a viagem desde Lisboa e o próprio carro, nunca visto por tais paragens.

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Com um dos dois carros solares com que a Universidade de Settat participou na corrida solar, junto aos dois investigadores com quem tínhamos estado na 5ª feira anterior.

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Ainda em Ben Guerir, recepção no Green Energy Park, de todos os participantes na corrida solar e dos dois carros da UVE e um outro Tesla alemão, os carros carregaram em tomadas Mennekes de 22 kW instaladas na empresa, onde também tinham duas Smart Flower.

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A Green Energy Park dedica-se ao desenvolvimento e adaptação de tecnologias relacionadas com painéis fotovoltaicos e mobilidade elétrica à realidade africana, altas temperaturas, um grande centro de investigação.

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Por haver internet na empresa, é reservado hotel em Casablanca e os dois carros iniciam a sua viagem, onde chegam já de madrugada. Carros à carga, à porta do hotel, depois de alguma “engenharia” e para a cama, o dia seguinte será, outra vez, o mais difícil até se atingir Tânger a fazer a travessia para a Europa.

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Arranque de manhã, e surpresa, o Nissan Leaf após carregar toda a noite numa tomada doméstica, apresentava uma autonomia estimada, em modo ECO de 252 km, o Tesla não precisou de carregar e os 2 carros saíram em direção, de novo à Jet Constructor ao pé de Rabat.

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Na Jet Contructors, os dois carros da UVE carregaram, os nossos associados descansaram e programaram a ida até Tânger.

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Os dois carros atravessam a maior ponte suspensa do continente africano, inaugurada em Julho passado:

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É decidido parar numa Estação de serviço a cerca de 150 km de Tânger Med para recarregar o Leaf. O carregamento foi demorado com consecutivas quebras de corrente, enquanto o Tesla carregava numa tomada doméstica de um contentor de venda de bilhetes, para aproveitar o tempo de espera pelo Leaf.

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Sairam muito atrasados e depressa se verificou que não conseguiam chegar a tempo do ferry-boat das 22h. Entretanto a companhia tinha cancelado o barco das 23h e o seguinte era às 2h da manhã. Em plena viagem e usando os melhores companheiros de viagem, os walkie-talkies da UVE e o cartão de internet local que tinha sido adquirido em Marraquexe, é decidido mudar o porto de embarque, poupando-se assim cerca de 50 km, e os dois carros rumam a Tânger Ville para tentar apanhar o ferry-boat das 22h, que aí, talvez fosse possível chegar a tempo.

Chegada ao porto de Tânger Ville, 15 minutos antes da saída do ferry, com o Leaf a precisar de carregar no barco para poder seguir viagem, já em Espanha, até Algeciras. O Leaf carrega a bordo durante a travessia do estreito de Gibraltar, mais umas sandes e chegada à Europa.

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Os dois carros iniciam a viagem de Tarifa até Algeciras, onde chegam já de madrugada carregam no Hotel Alboran, o Tesla ligado a uma tomada doméstica de um quarto no rés-do-chão e o Leaf ligado a outra tomada doméstica ligado à cafetaria. De manhã saída até ao concessionário Nissan Vanauto ainda em Algeciras para terminar a carga. O Leaf sai primeiro em direcção a Jerez de la Frontera, ficando o Tesla a carregar.

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Na Nissan em Algeciras.

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Na área de serviço Alegria em Jerez, o Leaf carrega, no entanto quando chega o Tesla o outro posto Mennekes está avariado e é necessário ligar o Leaf a uma tomada doméstica de um pequeno armazém e o Tesla fica a carregar no único Mennekes que funcionava. Aqui os dois carros da UVE voltam a separar-se para completar a viagem até Lisboa.

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O Leaf arranca, carregado a 100% em direcção a Sevilha, onde vai carregar na única vez que foi necessário pagar a energia, num posto público da empresa privada Ibil, através de um cartão pré-pago que o Tesla tinha adquirido aquando da viagem a França a acompanhar a selecção de Portugal. O Tesla não pára em Sevilha e segue em direção a Portugal.

Pelo caminho, grandes vistas:

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A carregar no posto de carga rápido da Ibil, em Sevilha:

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O Leaf sai de Sevilha para carregar em Huelva, donde sai em direcção a Portugal com carga a 100%, voltando a parar na área de Serviço da Galp em Loulé, donde o Tesla, depois de carregar já tinha iniciado a etapa final com destino a Lisboa.

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Última etapa para o Leaf de Loulé para Aljustrel, carrega na área de serviço da Galp, mais umas sandes, temperatura aceitável após uma sucessão de cargas rápidas no mesmo dia, chegada a Lisboa. Dada a hora tardia da entrada do Leaf em Lisboa, a chegada oficial efetivou-se no dia seguinte, em companhia do Tesla, na Torre Vasco da Gama, no Parque das Nações, onde ambos os carros foram recebidos por vários entusiastas da mobilidade eléctrica, pelo Presidente da Junta de Freguesia do Parque das Nações, José Moreno, por vários responsáveis das áreas do Associativismo e da Mobilidade, pelo Director de Comunicação da Nissan Portugal, António Pereira Joaquim, pelo Administrador da Mobi.E, Nuno Bonneville, pelo Presidente do Projecto “Loving the Planet”, Eduardo Rêgo e pelos amigos dos nossos viajantes/aventureiros.

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Foram derrubados alguns mitos, foram ultrapassadas algumas dificuldades, ficou uma certeza: o carro elétrico já não é um citadino, vai onde quisermos que vá, desde que tenha uma rede de carregamento instalada.

O carro eléctrico não é o Futuro é o presente, é Hoje.

A UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos fez, mais uma vez, jus ao seu lema:

Uns falam, nós fazemos

Não sejas Fóssil, Drive Electric

 

Vídeo oficial – RIVE Maroc

Intervenção da UVE entre o minuto 9:40 e 11:40

16 de novembro de 2016

Saudações Elétricas

O Conselho Diretivo da UVE